
Nascido em 1966, Abdelghani Ben Ali, também conhecido pelo seu pseudónimo artístico Abdelghani Didouh, é um pintor que vive e trabalha em Essaouira, Marrocos. A sua jornada criativa começou em meados dos anos 2000, num modesto estúdio que construiu com materiais reciclados no distrito industrial da sua cidade. O nome “Didouh” é uma homenagem ao seu pai, Ali, que também era pintor. Inspirado pelo estilo do pai, Ben Ali seguiu inicialmente os seus passos, mas rapidamente desenvolveu uma voz artística própria e distinta.
Antigo pescador, Abdelghani Ben Ali canaliza os desafios e traumas da sua vida para a sua arte, criando obras impregnadas de uma melancolia serena e uma profunda sensibilidade. As suas pinturas refletem frequentemente um espírito introspetivo e atormentado, mas possuem uma beleza inquietante que atrai o espectador para o seu mundo.
Dotado de um talento narrativo, Ben Ali usa a sua arte para explorar narrativas que entrelaçam experiências pessoais com temas enraizados na sua herança africana. As suas composições apresentam figuras fantasmagóricas e amorfas que parecem flutuar em espaços vastos e indefinidos. Estas formas espectrais evocam memórias e sonhos, misturando o intangível com o profundamente emocional.
Ao contrário de muitos artistas de Essaouira, a linguagem visual de Ben Ali é marcadamente minimalista e pura. Prefere enquadramentos intensos e uma paleta contida, embora o seu uso da cor continue a ser vívido e impactante. O seu trabalho alcança um equilíbrio delicado entre simplicidade e complexidade emocional, convidando os espectadores a mergulharem profundamente nas histórias e sentimentos que se encontram nas suas telas.
“Dou continuidade ao trabalho do meu pai”, reflete Ben Ali. “Os fantasmas emergem nas minhas pinturas pouco a pouco, como fragmentos do sonho de uma criança.”
As suas criações evocativas foram apresentadas em várias exposições, tanto individuais como coletivas. Entre os seus feitos mais notáveis está a apresentação da sua obra na Pamela Irving Gallery, em Melbourne, Austrália, em 2016, consolidando ainda mais a sua reputação como um artista de profunda carga emocional e cultural.